Putin diz que não quer “reconstruir império russo”

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Após reconhecer a independência de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (22) que não quer “reconstruir um império” na região.

Putin rebateu que quer fazer um novo império, mas governo confirmou que ignora Acordos de Minsk
Putin rebateu que quer fazer um novo império, mas governo confirmou que ignora Acordos de Minsk

Foto: EPA / Ansa – Brasil

“A Rússia decidiu ontem reconhecer a soberania de duas repúblicas do Donbass. Esperamos que sejam elaboradas hipóteses e se dirá que a Rússia está tentando reconstruir um império. Isso está completamente errado”, disse Putin em coletiva ao lado do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev.

O mandatário ainda afirmou que não irá interromper o fornecimento de gás para a Europa e a melhorar a infraestrutura dos gasodutos.

Porém, seu governo fala abertamente que vai ignorar os Acordos de Minsk, firmados pelo próprio Putin, em 2015. Pouco antes do discurso de Putin, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, os documentos “não estão mais na agenda do dia” e que as “garantias de segurança agora são prioridade máxima”.

Além disso, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que não teme as sanções que serão impostas contra empresas e pessoas no país.

Donbass 

A região separatista do Donbass vive em constante tensão desde 2014, quando se iniciou a crise mais grave entre Rússia e Ucrânia e que voltou a se acentuar agora.

Os conflitos armados na área foram intensos, com cerca de 10 mil mortos entre as forças oficiais e os rebeldes, mas se acalmaram e diminuíram desde fevereiro de 2015, quando foram assinados os Acordos de Minsk, em 2015, entre Kiev e Moscou sob a intermediação de Alemanha e França.

Os documentos preveem diversas ações de ambos os governos, mas pouco saiu de papel. O que tinha sido mais implementado, de fato, era o cessar-fogo em Lugansk e Donetsk. Além disso, entre as medidas firmadas pelos dois governos, os russos não poderiam mais financiar os rebeldes e os ucranianos precisariam dar um status de regiões autônomas aos dois locais – mas nenhuma das duas regras foi colocada em prática de fato.

Nesta segunda-feira, Putin reconheceu as duas áreas como repúblicas após pedidos dos governo rebeldes pró-Rússia e do próprio Parlamento. A decisão gerou uma onda de revolta dos países ocidentais, que acusam Moscou de querer a guerra e de desrespeitar as leis internacionais e a soberania da Ucrânia.

Fonte: Terra

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