A advogada Larissa Gatto, especializada em golpes financeiros e que representa 37 clientes com ativos na Braiscompany, afirmou que Antônio Ais Neto, dono da empresa, zerou a conta da Braiscompany na Binance, empresa corretora de criptomoedas onde a Brasicompany tem seu dinheiro depositado. A informação foi publicada nesse domingo (12) pelo site O Antagonista.
A advogada, que tenta receber mais de R$ 2,5 milhões há 30 dias, relatou que a conta onde o dinheiro da Braiscompany estava foi criada em 2018 e teve a última movimentação no dia 19 de janeiro, mas que atualmente a conta está zerada.
“A carteira em que a Braiscompany pede para que os cliente façam o depósito do cripto ativo é uma carteira de passagem. O dinheiro entra nessa carteira e sai para uma outra conta da Binance, que tem um volume bem considerável. Uma conta que foi criada em 2018 e teve a última movimentação dela em 19 de janeiro e foi zerada”, explica Larissa Gatto.
No dia 7 deste mês, Antônio fez uma live para apresentar sua versão da história. “A Binance está travando saques e transferências. Ponto. Se você não acredita ou se você não quer saber ou se você não quer entender, isso não muda o fato do que está acontecendo hoje no cenário global de cripto. O nosso jurídico já está trabalhando com ação judicial, mas, até sair uma sentença judicial, nós estamos falando de um período de tempo em que os meus clientes querem o seu rendimento hoje”, disse Antônio Neto.
Em entrevista exclusiva a O Antagonista, um ex-funcionário da Braiscompany disse que apenas 5% do capital investido pelos clientes é de fato operado pela empresa e que os consultores da financeira eram obrigados a investir 30% de seus próprios salários nos negócios da companhia. Segundo ele, um contrato de confidencialidade impede que os funcionários exponham esse tipo de informação.
“Muitos [funcionários] saíram porque viram que o negócio era totalmente diferente do que se noticiava na mídia. Saía mais dinheiro do que se operava. Foi quando eu comecei a ver que o negócio era errado”, conta.
Segundo o denunciante, a rotina dentro da empresa é de pressão e medo. “É uma situação estarrecedora, aquela mídia, aquele sorriso, aquelas festas. Aquilo é tudo combinado em grupos de WhatsApp. Quem não fizer, quem não pular, quem não sorrir e não disser que as coisas estão indo bem, que estão pagando, é demitido na hora”, disse o ex-funcionário.
Fonte: Fonte83