Faleceu na madrugada desta quarta-feira (21), no Rio de Janeiro, o ator Pedro Paulo Rangel, aos 74 anos. O artista estava internado desde 30 de outubro no Centro de Tratamento Intensivo da Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio. A causa oficial da morte ainda não foi divulgada.
O ator, que fumou até 1998, recebeu há 20 anos o diagnóstico de doença obstrutiva pulmonar crônica, conhecida popularmente como enfisema. Progressiva, a DPOC não tem cura, mas Rangel conseguiu controlar seu avanço, com remédios e fisioterapia. Não conseguia caminhar por muitos metros, mas no palco se movimentava perfeitamente, ele dizia.
A estreia como profissional aconteceu em São Paulo, em 1968, na peça “Roda Viva”, de Chico Buarque. O espetáculo era derivado da canção do mesmo nome. Ao se mudar para a capital paulista, ele ainda atuou em “Galileu Galilei”, de Bertold Brecht, sob a direção de José Celso Martínez Correa, e “Romeu e Julieta”, de Shakespeare, com Jô Soares como diretor, ambas em 1969.
No mesmo ano, Pedro Paulo Rangel fez seu primeiro trabalho na TV, na novela “Super Plá”, de Bráulio Pedroso, na extinta Tupi. O primeiro protagonista veio em 1970, com a peça “Jorginho, O Machão”, de Leilah Assumpção, dirigida por Clovis Bueno.
No mesmo ano, Pedro Paulo Rangel interpretou o personagem-título de “O Noviço”, na faixa das seis da tarde. Vieram depois duas novelas da antiga faixa das dez da noite, “Saramandaia” e “O Pulo do Gato”.
Pepê, como era chamado pelos amigos, voltou à Tupi em 1979 para a novela “Dinheiro Vivo”, mas em 1981 já estava novamente na Globo, onde entrou para o elenco fixo do humorístico “Viva o Gordo”, de Jô Soares.
Ganhou seu primeiro prêmio Molière de melhor ator de teatro em 1982, por “A Aurora da Minha Vida”, de Naum Alves de Sousa. Ainda receberia mais dois —em 1989, por “Machado em Cena – Um Sarau Carioca”, de Luís Lima, e em 1994, por “O Sermão da Quarta-Feira de Cinzas”, de Moacir Chaves, um monólogo em que interpretava o padre Antonio Vieira e que e também rendeu a ele os prêmios Shell e Mambembe.
Ele fez alguns filmes, mas não teve maior destaque em nenhum deles. Sua filmografia inclui títulos como “O Beijo no Asfalto”, de Bruno Barreto, de 1981, “Amélia”, de Ana Carolina, de 2000, e “O Coronel e o Lobisomem”, de Guel Arraes, de 2005.
Depois de inúmeras novelas, minisséries e programas de humor, Pedro Paulo Rangel encerrou seu contrato com a Globo em 2013, mas ainda fez alguns trabalhos na televisão. Sua mais recente participação foi na série “Independências”, exibida neste ano pela TV Cultura.
Sua morte tira de cena um dos maiores nomes do nosso teatro. Nunca foi propriamente um astro, mas sua versatilidade e carisma garantem a ele um lugar de honra entre os maiores atores brasileiros de todos os tempos.
Com informações da Folha de S. Paulo