Em assembleia, servidores voltam a denunciar precarização da saúde pública em Campina

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Infelizmente, nada mudou na situação absurda que enfrentam os servidores da saúde de Campina Grande. Em mais uma assembleia, realizada na manhã desta quinta-feira, 26, no Clube do Sintab, a categoria voltou a denunciar as péssimas condições de trabalho, que colocam em risco a vida dos profissionais e da população que depende dos serviços, além de casos de assédio moral e graves problemas no programa “Saúde de Verdade”, que, ao contrário do que mostra a propaganda do governo municipal, está prejudicando os trabalhadores e o acesso da comunidade à saúde pública.

Entre os encaminhamentos aprovados pelos efetivos, está a elaboração de um documento detalhado sobre este descaso da gestão e que será entregue à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ao Ministério Público (MP), Tribunal de Contas e também à Câmara Municipal, inclusive com pedido de Audiência Pública, para debater também as falhas encontradas no programa “Saúde de Verdade”.

Presidente Giovanni Freire

“A categoria identifica diversos problemas no programa, que afastam o acesso ao serviço e prejudicam o elo entre comunidade e saúde da família entre outros problemas”, destacou o presidente do Sintab, Giovanni Freire.

Ele ressaltou que a realidade é muito diferente da que é mostrada na publicidade da Prefeitura. “A propaganda do governo diz que a saúde melhorou e é muito bem feita, mas quem utiliza o serviço sabe que a saúde está uma porcaria e o servidor que está dentro desse processo doloroso de trabalho, sabe o que está vivendo”, enfatizou.

Problemas se arrastam há anos sem solução

Apesar de todas as tentativas de negociação, com ofícios protocolados diariamente, inúmeros pedidos de reunião ignorados ou encontros infrutíferos, que ficam apenas nas promessas por parte da gestão municipal, e também a despeito de todas as denúncias já feitas pelos servidores e pelo Sintab, o caos enfrentado por estes profissionais continua o mesmo. Grande parte das unidades têm estruturas em risco, situação que piora muito com as chuvas, são paredes com infiltração, rachaduras, goteiras no teto, vazamentos, portas quebradas; equipamentos enferrujados; sanitários sem condições de uso; falta de material básico de higiene; escassez de medicamentos; equipamentos essenciais quebrados e o descaso na entrega de equipamentos de proteção individual (EPIs).

Diretor Franklyn Ikaz

Para o diretor de Política e Formação do Sintab, Franklyn Ikaz, a Prefeitura de Campina optou por uma polítca de morte.

“Os servidores da saúde, como os das outras categorias, estão há mais de 4 anos sem reajuste… As unidades de saúde, a maioria, estão sem condições de funcionamento, faltou EPI para os profissionais da saúde durante a pandemia e ainda falta. O governo decidiu por uma política de morte e as pessoas estão morrendo! Isso não é normal, porque as pessoas estão morrendo de doenças que podem ser tratadas, mas a população não consegue ter sequer um remédio para iniciar o tratamento, não consegue uma consulta pra pegar um exame”, evidenciou.

Diretor Napoleão Maracajá

E além de toda essa precarização, os trabalhadores ainda enfrentam perseguição, como frisou o diretor de Comunicação, Napoleão Maracajá.

“Não pode ter nenhum tipo de intimidação, de ameaça, onde existir, isso é assédio moral. Este governo persegue, em vários departamentos criou chefes imediatos com a missão de perseguir. Não tem respaldo moral para cobrar deveres, um governo que está há mais de 4 anos sem dar reajuste, com um Plano de Cargos que é lei desde 2011, mas não funciona! Estamos a poucos dias úteis para acabar o mês da data-base e não há uma única fala do governo sobre isso”, declarou.

Os servidores presentes, ainda que cansados de tanto desrespeito, voltaram a detalhar o que enfrentam diariamente, caso do ACE Mayron Alves.

Mayron Alves

“Permanecem as mesmas dificuldades e o prefeito sem fazer absolutamente nada. Nós em loco estamos vendo que as condições de trabalho são péssimas e se não temos as devidas condições, não temos como prestar um serviço de qualidade à população. A arboviroses estão atingindo índices elevados, ao mesmo ponto em que temos várias áreas descobertas, sem o agente de endemias na área, porque falta profissional, fazendo o combate aos vetores, aos transmissores das arboviroses. Dessa forma nós estamos feito marionetes, sem data-base, nem PCCR, nada”, denunciou.

O enfermeiro Evandro Júlio também descreveu as dificuldades encontradas na unidade onde trabalha.

Evandro Júlio

“A questão estrutural da Atenção Básica de Campina Grade está precarizada e sucateada. Na minha unidade falta papel higiênico e papel toalha, ontem teve vazamento, não tem uma balança. O problema da saúde está no processo de trabalho imposto, na desvalorização e nas condições laborais e se não tem estrutura como o trabalhador pode trabalhar?”, questionou.

Além do documento que está sendo preparado, detalhando as condições de trabalho extremamente precárias, novas atividades, dentro das estratégias de luta dos servidores da saúde por valorização profissional e respeito no município de Campina Grande, serão divulgadas nos próximos dias.

Fonte: Ascom

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